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Vasectomia ou laqueadura? Conheça melhor as cirurgias contraceptivas

A taxa de natalidade e fecundidade está em queda no Brasil. E isto tem relação direta com o planejamento familiar. É uma decisão que abrange fatores econômicos, urbanização crescente, melhoria do nível educacional, ampliação da participação feminina no mercado de trabalho e o uso de métodos contraceptivos, alguns deles, cirúrgicos, por isso, com critérios rigorosos para a realização. Estes tipos de procedimentos já representam quase 12% das cirurgias gerais realizadas pelo Hospital São Donato de Içara.

As cirurgias contraceptivas são permitidas para maiores de 25 anos com pelo menos dois filhos vivos. Além disso, é preciso passar pela avaliação de uma equipe multiprofissional e respeitar o período de 60 dias após a manifestação da vontade com a aprovação do(a) cônjuge. O médico deve avaliar também se há risco a vida e é vedada ainda a esterilização durante os períodos de parto ou aborto, exceto nos casos de comprovada necessidade.

“A laqueadura é o método cirúrgico escolhido por mulheres que não desejam mais engravidar. O procedimento dura de 40 minutos a uma hora. Nele, as tubas uterinas, também conhecidas como trompas, são cortadas e suas extremidades amarradas, impedindo assim a descida dos óvulos e a subida dos espermatozoides”, detalha o cirurgião-geral, Luiz Fernando Campos Borges.

“É importante salientar que existe uma taxa mínima de falha, como em qualquer outro método contraceptivo, e, por conta disso, até cinco em cada mil mulheres podem ficar grávidas mesmo após o procedimento. Ainda assim, a laqueadura é considerada um método eficaz e de difícil reversão. A recuperação pós-operatória pode levar em torno de 60 dias dependendo da técnica cirúrgica utilizada”, acrescenta.

Para os homens, o procedimento é então a vasectomia. “É uma cirurgia mais simples e tão eficaz quanto a laqueadura. Ela interrompe a passagem dos espermatozoides dos testículos. Após anestesia local, é feita uma pequena incisão para localizar os canais deferentes. Eles são cortados e depois amarrados. O procedimento costuma ser rápido e pode ser realizado até em ambulatório em menos de 30 minutos”, acrescenta. A recuperação leva em torno de três dias.

Mesmo com a vasectomia, os homens devem manter um método anticoncepcional (camisinha para o paciente ou pílula para a cônjuge) durante os primeiros 60 dias após o procedimento. Isto por causa da possibilidade de espermatozoides vivos no canal. Conforme Luiz Fernando, a vasectomia não altera o desempenho sexual e é reversível, mas a taxa de sucesso na reversão costuma ser baixa. Por isso, a opção precisa estar muito clara.

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