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Sem vendas para a Arábia, avicultores do Sul temem grave crise

Depois de a Arábia Saudita, maior compradora de frango catarinense, anunciar a suspensão das importações do produto, o cenário é de apreensão, no Sul do Estado. Isto porque os produtores da região, que vendem para a JBS, podem ser afetados com a queda no número de aves abatidas diariamente nas unidades de Nova Veneza e, principalmente, Forquilhinha.

Sem esse mercado, que adquire 20% do que é produzido em Santa Catarina, a situação é preocupante. “Temos apenas uma empresa para quem vender, que exporta para a Arábia Saudita. Se a compra for cancelada, os produtores podem ser desligados do quadro de integrados e, assim, não ter a quem comercializarem as aves para abate”, explica o presidente da Associação dos Avicultores do Sul Catarinense, Emir Tezza.

Segundo ele, a maioria dos aviários é baseada na produção familiar. “São dezenas ou até centenas de pessoas que ficarão sem sua fonte de renda. Parte dos proprietários já enfrentava dívidas e não terá recursos para, por exemplo, trocar o frango pela produção de ovos”, lamenta.

Na China, a solução

Enquanto isso, a Associação trabalha em busca de novos compradores. “Algumas empresas chinesas manifestaram interesse no produto catarinense. As tratativas ainda estão no início, mas essa pode ser uma solução para evitar o fechamento de dezenas de aviários”, enfatiza, lembrando que, se ficarem sem renda, os avicultores não têm direito a benefícios como Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) ou Seguro-Desemprego.

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