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Maciel Da Soler faz críticas ao MDB e afirma ser contra aliança com PT em Forquilhinha

O presidente da Câmara de Vereadores de Forquilhinha, o emedebista Maciel Da Soler, em entrevista ao Portal Litoral Sul, solta o verbo e apresenta seu descontentamento com a forma que a executiva Estadual do MDB faz política em Santa Catarina. Para ele falta uma maior aproximação da estadual com os municípios. Além disso, Da Soler garante que a sigla não estará coligada com o Partido dos Trabalhadores (PT) caso seja reeditada a coligação no município, que teria como postulante o atual prefeito, Dimas Kammer.

Falta de apoio da executiva do MDB com os municípios

Desde o ano passado, Maciel está fazendo um trabalho com as lideranças do MDB na Região Carbonífera. A ideia é buscar saber dos vereadores eleitos pelo partido qual o sentimento que eles têm sobre apoio da sigla quanto às necessidades de cada um dos municípios. “Nas visitas que fiz aos 40 vereadores eleitos pelo partido nas últimas eleições a sensação é que falta apoio da executiva estadual para os políticos da base do MDB. Não sentem a presença do partido. Sempre estão preocupados com as eleições dos parlamentares estaduais. O partido pecou muito sobre a participação nos municípios. Será que vale continuar insistindo. Estou repensando se continuo no MDB. Faz repensar se esse é um grupo ideal para continuar. É preciso mudar as cabeças que estão no partido”, desabafa.

Continuidade no partido

Com a atividade realizada na região, em busca de saber sobre as reais necessidades das lideranças quanto ao apoio do MDB nas questões políticas de cada cidade, onde o partido está inserido, Maciel foi cogitado para ser coordenador da sigla na Amrec. Mesmo assim, ele afirma que ainda não sabe se irá continuar no MDB em 2020. “Trabalhei para organizar os 12 municípios da Amrec. Mas os nossos líderes estaduais não pensaram assim. Não sei se porque sou novo ou se tem alguma disputa interna, mas a manutenção pelo poder prevaleceu. Estou analisando se continuo ou não no MDB. Na maioria das vezes que a executiva estadual apareceu para resolver algum problema dos municípios, acabou mais atrapalhando do que ajudando. Hoje o MDB de Forquilhinha conta com 400 integrantes, um número muito pequeno e, mesmo assim, não foi feito até agora nenhum trabalho de filiação. Mesmo com o partido na frente do governo do estado, não sentimos aproximação e abertura para os vereadores. A bancada de Criciúma, por exemplo, disse que não conseguiu nenhuma audiência com o ex-governador Eduardo Moreira. Não tem espaço para a base. Os vereadores sentem a necessidade de serem representados. Isso nos faz repensar da necessidade de continuar no MDB”, explica Maciel.

Relação entre o Legislativo e o Executivo

Maciel afirma que não existe uma disputa entre os poderes em Forquilhinha. Que a missão é sempre buscar o que for melhor para o município. Mas, ele também destaca que existe uma relação “ruim” sobre essa parceria, pois sempre é a Câmara que está aberta em solucionar os problemas da cidade. “A busca pelo Executivo pelo Legislativo é muito pequena. Eles não valorizam o Legislativo. Um pouco é pela postura por estarem no poder por quase 20 anos, mas falta iniciativa do chefe do executivo de estar próximo da Câmara. Não acha que é preciso, que é necessário, dificilmente ele (Dimas Kammer) procura o parlamento. As reuniões que deveriam existir estão cada vez mais escassas. Não tem mais afinidade entre o Executivo e o Legislativo. Nós não somos ouvidos para nada, nem mesmo, os vereadores da base. Hoje são cinco que estão na base. Raramente são chamados para conversas. Eu não me sinto incluído no governo, mesmo sendo do partido da base. O prefeito parece não estar nem aí para os vereadores, e ele foi 20 anos vereador na cidade. O Dimas é uma pessoa muito simples, ele até é acessível, mas não é uma pessoa propositiva, ele espera que tudo se resolva sozinho”.

Eleições 2020

Com a falta de abertura com o executivo municipal, faz com que as críticas ao governo aumentem. Ele afirma que ainda não sabe se em 2020 estará ainda filiado ao MDB e se estarão na coligação para a reeleição. “Esse tipo de situação faz com que cada vez mais me afaste deste tipo de governo, que não tem resolutividade. E isso nos deixa chateado. A cidade está muito focada em pavimentação e deixou de lado outras áreas do município. As sugestões que vem da sociedade não estão sendo ouvidas, nada acontece. Não escutam nem a CDL e nem a Associação Empresarial. Esse tipo de governo não combina com o meu estilo. Dificilmente estaremos caminhando na mesma direção. Depois de muitos acontecimentos definimos que onde o PT estiver não vamos estar. Se mantiver a coligação deixa claro que não irão querer o MDB na coligação. Estamos analisando com outros grupos para uma terceira via no município. Forquilhinha não terá mais uma campanha polarizada para 2020. Vai ter o candidato do Paço, outro da dita oposição, e nós, na verdade, vamos montar outro projeto. O nome ainda não foi definido, mas só serei candidato em 2020 desde que haja uma terceira opção, de renovação e mudança, com pessoas que pensem como eu. Que não tenha só um projeto político, mas que tenha um para a cidade. Não sei qual vai ser minha sigla para o ano que vem. Não é uma imposição, mas sabemos que não vamos estar onde o PT estiver depois que tentaram colocar o Governo contra o MDB, dizendo que não ajudamos no Paço. O PT sempre instigou o Governo contra o MDB”, releva.

Parceria Forquilhinha/Alemanha

Pela primeira vez o município está buscando uma parceria com a Alemanha. Para o mês de setembro, Maciel afirma que estarão trazendo um braço do país alemão para a cidade. “Vamos buscar parceria com a fundação alemã Plant For The Planet, com sede em Munique. A missão é a plantação de três trilhões de árvores pelo mundo. Eles estão em 77 países, agora virão para o Brasil e vamos nomear embaixadores para a fundação permanecer a cidade. Esse é o primeiro passo de uma parceria entre Forquilhinha e a Alemanha. O segundo passo é trazer o Instituto Goethe (de ensino) credenciado pelo Ministério de Relações Exteriores da Alemanha. Vamos trazer um apoio para lecionar alemão, pois é necessário que para qualquer intercâmbio a cidade possa se comunicar com a Alemanha. Ainda não sabemos se serão somente nas escolas, ou se vamos estender para jovens e adultos. Com isso começam as bolsas de estudo em escolas alemãs, espaços de trabalhos em empresas alemãs, entre outros. A partir de setembro teremos 50 embaixadores da Plant For The Planet em Forquilhinha. Serão crianças de nove a 14 anos escolhidas das escolas pública e particular do município”.

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