Na semana passada, os deputados federais e o presidente Michel Temer (PMDB) aprovaram uma nova reforma polĂtica. Em meio a várias crĂticas e reconhecendo que muita coisa ficou faltando, o novo regulamento muda bastante o cenário já para as eleições do ano que vem. O texto foi muito criticado, principalmente pela criação de um fundo bilionário (R$1,7 bilhĂŁo) para financiar as campanhas polĂticas com dinheiro pĂşblico. Essa medida foi pensada para compensar o fim das doações de empresas, proibidas pelo Supremo Tribunal Federal (STF) no fim de 2015.
“O que foi aprovado nĂŁo Ă© uma reforma polĂtica, Ă© um remendo mal feito”, criticou o presidente do PSD de Santa Catarina, Gelson Merisio. “É o retrato de uma Câmara absolutamente desconectada com a sociedade. NĂŁo baixou o custo das campanhas, infelizmente”, completa Merisio. Favorecendo quem já está no poder, Merisio argumenta, a reforma perde a chance de criar espaços para uma maior participação dos jovens e das mulheres no cenário polĂtico.
A crĂtica do catarinense está na mesma linha da expectativa de muitos especialistas, que acreditam que nĂŁo sĂł o alto custo das eleições vai continuar, como vai favorecer os candidatos mais ricos, já que eles podem se autofinanciar sem limites. Um exemplo Ă© o prefeito de SĂŁo Paulo JoĂŁo Doria, que doou para si mesmo R$2,9 milhões para usar na sua Ăşltima campanha. Quem nĂŁo tem essa verba pessoal, sai perdendo.
Entenda melhor como eram e como ficam as novas regras.