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Entenda a doença que levou o neto de Lula à morte em poucas horas

Arthur Araújo Lula da Silva, neto do ex-presidente Lula, morreu ontem, dia 01, aos sete anos. A assessoria do Hospital Bartira, do grupo D’Or, em Santo André, informou que a criança deu entrada com febre alta às 7h20 desta sexta-feira e morreu às 12h36, cerca de 5 horas após ter chegado ao local.

Arthur foi diagnosticado com meningite meningocócica, um processo inflamatório das meninges — membranas que envolvem o cérebro e a medula espinhal. Ela é causada por uma bactéria e tem transmissão direta (de pessoa para pessoa). Segundo Felipe Lorenzato, Gerente Médico para Vacinas na GSK Brasil e PhD em Patologia Molecular pela University College London, pode acontecer por troca de secreções respiratórias e da garganta, como tosse, espirro, beijo ou do compartilhamento de utensílios de cozinha.

Por que Arthur morreu tão rápido?

A meningite bacteriana é uma doença de evolução rápida: quando os sintomas aparecem, o quadro já está grave e pode levar a óbito em poucas horas. Ele também pode trazer consequências como convulsões, perda auditiva e retardo cognitivo. O tempo entre a exposição e a manifestação dos primeiros sintomas da infecção pela bactéria normalmente é de 2 a 10 dias, mais comum entre 3 e 4 dias.

A bactéria adere à boca e ao nariz, penetra a mucosa e vai para as membranas que recobrem o cérebro e a medula espinhal. Então, causa meningite meningocócica, e/ou atinge a corrente sanguínea, causando infecção generalizada. A meningite bacteriana pode causar deficiências sérias, permanentes e inclusive causar morte entre 24 e 48 horas após a manifestação da doença. Por isso, é muito importante que o tratamento seja feito de forma rápida.

Doença silenciosa

Aproximadamente 10% das pessoas, principalmente adolescentes e jovens, podem portar a bactéria na garganta ou nariz sem desenvolver a doença. Algumas pessoas que aparentam não estar doentes, ao tossir, espirrar ou beijar  podem transmiti-la. Basta que uma pessoa desenvolva a doença para que exista a possibilidade da ocorrência de um surto.

Quais os sintomas?

Os sinais iniciais da doença, como febre, irritabilidade, dor de cabeça, perda de apetite, náusea e vômito, são iguais a de doenças menos agressivas como o resfriado e outras doenças virais. Só depois que o paciente pode apresentar manchas arroxeadas na pele, rigidez na nuca e sensibilidade à luz. Os bebês em fase de aleitamento materno apresentam um quadro diferenciado. Por isso, deve-se observar: febre, irritabilidade ou agitação, gemido de dor ao mexer em suas pernas, recusa alimentar, vômitos, convulsões e o surgimento de uma protuberância arredondada no topo da cabeça do bebê.

Como é feito o diagnóstico?

O diagnóstico inicial é clínico, com exame físico, feito por exclusão, já que os sintomas iniciais não são tão específicos. O diagnóstico laboratorial tem resultado entre 1 e 3 dias. Quando há suspeita clínica de doença, no entanto, o início do tratamento deve ser imediato e não deve aguardar o resultado dos testes.

Como se proteger?

O Ministério da Saúde afirma que a vacinação é uma das melhores formas de proteção não só contra meningite, mas também outros tipos de problemas de saúde. Além de causar morte entre 24 e 48 horas após a manifestação da doença, a meningite bacteriana pode causar deficiências sérias e permanentes. Por isso, é importante que o tratamento seja feito de forma rápida. Se você ou alguém da família tiver algum dos sintomas citados anteriormente, não deixe de procurar o médico.

Atualmente, no Brasil, existem dois tipos de vacinas meningocócicas:

– Vacina meningocócica do grupo C conjugada: indicada a partir de 6 semanas de vida com uma dose de reforço após 1 ano de idade. Poderá ser realizada mais uma dose de reforço entre 5 e 6 anos de idade, de acordo com orientação médica. Pessoas com mais de 1 ano recebem dose única (ela pode ser aplicada em qualquer faixa etária).

– Vacina meningocócica quadrivalente (ou tetravalente conjugada): protege contra os meningococos dos grupos A, C, W e Y. Indicada para pessoas com mais de 11 anos e deve ser aplicada em dose única.

 

Por Pais e Filhos Uol

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