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Eles acreditavam que seriam eleitos. Mas não em primeiro lugar!

Hoje você vai conhecer os dois deputados – estadual e federal – que receberam o maior número de votos dos catarinenses. Ricardo Alba (PSL) é oficial de Justiça e professor de Direito Constitucional, mas está licenciado das duas funções para cumprir mandato de vereador de Blumenau. Em 2019, ele sairá da Câmara Municipal para a Assembleia Legislativa. Hélio Costa, por sua vez, sairá dos lares dos catarinenses, onde entra todos os dias em jornalísticos de TV, diretamente para a Câmara dos Deputados, em Brasília.

 

Ricardo Alba, PSL, eleito para a Assembleia Legislativa com 62.762 votos

 

Jornais ADI/Adjori – Qual a estratégia para alcançar essa votação tão expressiva?

Ricardo Alba – Trabalhamos muito! Eu esperava chegar. Esperava fazer uma boa votação. Mas não esperava chegar em primeiro. A boa votação que já projetávamos se deu em razão do nosso trabalho como vereador em primeiro mandato, muito bem avaliado aqui em Blumenau. Conseguimos mostrar esse trabalho para todo o Vale do Itajaí e para todas as regiões de Santa Catarina. Apresentamos o que já fazemos e as nossas propostas para o caso de chegarmos à Assembleia Legislativa. Mas, repito, não estava na meta chegar em primeiro lugar, apesar da estimativa de que faríamos pelo menos 40 mil votos.

 

ADI/Adjori – Foi uma campanha de rua, de corpo a corpo, ou mais restrita às redes sociais?

Ricardo Alba – Fizemos campanha muito forte nas ruas, na conversa com os eleitores. Mas também houve um uso intensivo das redes sociais. Se tivesse que colocar um percentual, diria que foi 70% de rua e 30% de redes sociais. Usei muito essas novas ferramentas, mas também fui a muitas cidades e regiões, desde a pré-campanha. Serra, Sul, Planalto Norte… onde tinha um amigo que me levasse, eu ia. Amigos, simpatizantes, redes de conhecimentos que se formaram na organização dos diretórios municipais.

 

ADI/Adjori – O resultado foi a conquista de votos por todas as regiões de Santa Catarina.

Ricardo Alba – Fiz votos em 254 dos 295 municípios catarinenses. E saí de Blumenau já com 36 mil votos. Ou seja, poderia ter sido eleito só com os votos da minha cidade.

 

ADI/Adjori – Nessas andanças pelo estado, o que mais chamou a atenção dos eleitores?

Ricardo Alba – Em primeiro lugar, a nossa economia de gabinete de vereador. Nosso mandato de vereador em Blumenau prioriza o uso coerente de recursos públicos. Isso nos levou a um corte de gastos brutal da utilização da verba de gabinete. Hoje utilizamos menos de 2% do valor disponível. Cortamos gastos com carro e várias outras medidas que provocaram uma simpatia muito grande da parte do público.  Além disso, tem o trabalho voltado para a área da Educação, por meio de uma lei municipal de minha autoria denominada Empresa Amiga da Escola, que trouxe resultados muito positivos. Tanto que já foi copiada por outras cidades da região e agora pretendemos levar para todo o estado. Também foi muito comentado o nosso apoio e a valorização que nosso mandato promove da Polícia Militar e da Polícia Civil. Temos trabalho para mostrar e propostas para realizar.

 

ADI/Adjori – No intervalo da eleição até a posse, qual deve ser seu foco?

Ricardo Alba – Vou conciliar o mandato de vereador com a preparação para assumir o mandato na Assembleia Legislativa. Vou lá para conhecer o funcionamento e a estrutura da Casa, estudar o Regimento Interno… vou me preparar jurídica e politicamente para chegar ao Legislativo preparado e seguro.

 

ADI/Adjori – Com tão boa votação, pensa em ir ao Executivo municipal em 2020? Ou em já tentar a candidatura federal em 2022?

Ricardo Alba – Vou cumprir o meu mandato de deputado, fazer o meu mandato bem feito, sobretudo nos municípios onde obtive votação. Minha missão é ser um bom deputado, honrar os votos recebidos, da mesma forma como faço sendo vereador. Os 62.762 eleitores e eleitoras que votaram em mim, desses 254 municípios, vão ter orgulho da confiança conferida.

 

 

Hélio Costa, PRB, eleito para a Câmara Federal com 179.307 votos

Jornais ADI/Adjori – Esperava chegar  com essa quantidade de votos ao final dessa campanha tão acirrada?

Hélio Costa – A gente fez um projeto para chegar à eleição. Agora, chegar em primeiro, e disputando com tantos candidatos conhecidos, oligárquicos, com muito dinheiro, não estava nos nossos sonhos. Foi uma agradável surpresa quando as urnas começaram a ser abertas e o número de votos não parava de subir. Recebi votos no estado inteiro.

 

ADI/Adjori – Isso aumenta a responsabilidade?

Hélio Costa – Não, por um motivo muito simples. Eu já pretendia ir para a Câmara para trabalhar muito, para me incomodar, e sempre com muita responsabilidade. Eu costumo dizer que não sou político. Vou ser a partir de fevereiro. Aí é que vou mergulhar no aquário, mas levando vários arpões. Porque lá a gente sabe que tem muito tubarão. Vou mergulhar naquele aquário e procurar o meu cardume. O cardume do bem, o cardume dos que querem fazer alguma coisa para o Brasil melhorar.

 

ADI/Adjori – O PRB é um partido relativamente pequeno. Como se destacar no meio dos tais tubarões?

Hélio Costa – Nossa bancada federal aumentou. Passamos de 21 para 30 deputados, o que é muito bom. Vou marcar posição, buscar meu espaço na bancada e na Câmara. E minha presença vai ser importante. Fui o único do partido eleito em Santa Catarina para a Câmara. Paraná elegeu dois e Rio Grande do Sul também elegeu somente um.

 

ADI/Adjori – O senhor se tornou conhecido estadualmente pela atuação na área policial, cobrindo matérias de Segurança. Vai ser este o seu foco?  

Helio Costa – Vai ser, sim. Criaram o Ministério da Segurança Pública e não estão sabendo o que fazer com ele. Parece até que o Ministério foi criado para o Rio de Janeiro. O Raul Jungmann parece que só tem olhos para lá. Eu quero ser membro da Comissão de Segurança para poder atuar em favor de Santa Catarina. O maior problema do Brasil hoje é a violência urbana e o Ministério tem que ter uma verba boa para bancar a segurança militar, civil, federal, polícias rodoviárias e até o Exército, que não pode mandar recrutas com seis meses de quartel para as operações de combate ao crime organizado. É preciso profissionalizar, treinar para a guerra e para a segurança do civil. E isso não acontece hoje.

 

ADI/Adjori – Em que outras áreas pretende atuar?

Hélio Costa – Na parte da pesca, que todo ano fica prejudicada por mais e mais regras, mais e mais restrições. Quero atuar em favor do turismo, valorizar outras regiões para além do litoral. A nossa Serra é mais bonita do que a gaúcha. A diferença é que lá eles se especializaram e aqui eles só falaram, mas não fizeram. Pode ter turismo o ano todo, mas tem que profissionalizar, investir, incentivar a iniciativa privada.

 

ADI/Adjori – Da pauta de reformas, qual a que mais preocupa?

Hélio Costa – A Previdenciária. Já aconteceu uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) que provou que a Previdência Social não dá prejuízo. Em outros países não tem previdência, mas eles também estão em crise. Então, será que o problema está mesmo na previdência? A reforma tributária também tem que acontecer e logo, mas antes temos que estudar muito a situação. Aprofundar as investigações sobre fraudes, identificar e cobrar os sonegadores. O que eu espero muito é que essa renovação, a entrada de novos nomes, ajude a resgatar a credibilidade dos políticos e do Congresso Nacional.

 

 

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