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Doutoranda da Unesc realiza pesquisa inédita voltada a crianças em processo de quimioterapia

Crianças e adolescentes entre seis e 18 anos atendidas pela Casa Guido serão submetidos a testes cognitivos ao longo de quatro meses em prol de uma pesquisa científica. A responsável pelo estudo é a doutoranda Carla Sasso Simon, aluna do PPGSCol (Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva) da Unesc. Ela realiza uma pesquisa inédita no Brasil com a intenção de avaliar a ação de atividades de memória, atenção, orientação e concentração nas funções cognitivas das crianças que passam pelo tratamento.

Conforme a doutoranda, formada em psicologia e mestre em Saúde Coletiva, o objetivo é estudar a possibilidade de os exercícios evitarem ou diminuírem dados cognitivos nas crianças que enfrentam a quimioterapia. “Vou desenvolver uma revisão sistemática sobre o assunto e aplicar os testes semanalmente para posteriormente fazer a avaliação dos resultados. Os danos cognitivos de uma criança exposta a quimioterapia podem aparecer apenas após alguns anos, mas talvez, se estimulados ao longo do tratamento, seja possível evitá-los”, destacou.

De acordo com Carla, pesquisas sobre o assunto já foram aplicadas no Canadá e nos Estados Unidos, mas ainda são inéditas no Brasil. “Anteriormente cheguei a cogitar que os atrasos apresentados pelos pacientes seriam oriundos de questões como a saída temporária dos estudos na escola e ao isolamento social causado pelo tratamento, por exemplo, mas já temos evidências que mostram que muitas outras questões influenciam nos danos cognitivos”, completou.

A partir desta semana familiares dos pacientes assistidos pela Casa Guido que se enquadram na idade exigida receberão o contato da aluna com o convite a participarem do estudo, que terá dados mantidos em sigilo e não oferece qualquer custo aos integrantes.

Para a psicóloga da Casa Guido, Denise Delpizzo Mazuco, a proposta de Carla se encaixou perfeitamente ao que já vinha sendo trabalhado na instituição. “Como estou me especializando em psicologia clínica e acompanho o quadro das crianças desde o diagnóstico até o pós-tratamento, também via essa necessidade de aprofundamento dos reflexos do tratamento nas funções cognitivas”, comentou. Conforme Denise, esse será um grande passo para o início de um trabalho que certamente irá contribuir com os pacientes. “É nesses benefícios que estamos apostando. Queremos ampliar nosso olhar com esse embasamento técnico”, completou.

Interessados em saber mais sobre o assunto podem entrar em contato pelo telefone (48) 3431-2741.

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