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Criciúma: projeto obriga empresas do sistema de transporte coletivo a terem 50% da frota com ar condicionado

Está nas mãos do prefeito de Criciúma, Clésio Salvaro, a sanção do projeto de lei que obriga as empresas concessionárias do sistema de transporte coletivo do município a terem 50% da frota com aparelhos de ar condicionado. A PL 004/2019 é de autoria do parlamentar Dailto Feuser (PSDB) e foi aprovada por unanimidade na Câmara de Vereadores.

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De acordo com o projeto, todos os editais licitatórios relativos à contratação de empresas para exploração dos serviços de transporte coletivo, deverão também conter cláusula exigindo que ao menos 50% da frota disponibilizada ofereça o sistema de ar condicionado. “A ideia do projeto surgiu no último verão quando muitos usuários nos procuraram reclamando do calor imenso que faz dentro dos ônibus. O usuário está há anos esperando”, pontuou Feuser.

Vereador Dailto Feuser, do PSDB, é o autor do projeto de lei

Além disso, foi solicitado à Associação Criciumense de Transporte Público (ACTU) um estudo de impacto. A implantação da climatização, segundo o vereador, não implicará no aumento do preço da passagem. “Apresentamos um requerimento questionando o impacto no valor, e temos a certeza de que não haverá aumento. A intenção é justamente atrair mais passageiros para o sistema de transporte coletivo”, avalia o vereador autor da PL.

Crise no transporte público brasileiro

A doutora em planejamento de transportes, Natália Gonçalves – que já foi presidente da ACTU – lembra que o transporte público brasileiro está enfrentando uma crise. Além de novas opções de transporte coletivo para os usuários, como o UBER, os custos dos ônibus e dos combustíveis tem agravado a crise no serviço de transporte de passageiros.

Na avaliação da doutora não será apenas o ar condicionado nos veículos que irão atrair os usuários. “É necessário um planejamento integrado nos municípios. Não é somente Criciúma, assim como várias outras cidades do país, estão com uma grande defasagem. Não é só o ar condicionado que irá resolver o problema”, explica Natália.

Exemplos que dão certo

A ex-presidente da ACTU destaca os serviços prestados na capital Boa Vista, norte do Brasil. Lá, tanto os ônibus, quanto as paradas de passageiros, são climatizadas. “No Norte eles estão com uma qualidade do transporte acima da média nacional. As pessoas esperam o ônibus no ar condicionado. É um serviço pensado e integrado com o planejamento da cidade. Para colocar esse mesmo serviço nos amarelinhos de Criciúma, por exemplo, seria necessária uma avaliação do impacto financeiro. E ver se é isso realmente que a população precisa do transporte público neste momento”, conclui Natália.

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