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Caso PM: surto psicótico pode virar um suicídio, alerta psicólogo

De acordo com a Sociedade Brasileira de Inteligência Emocional o “surto psicótico comum é toda fixação exagerada num conteúdo emocional que impede a pessoa de olhar para o que está ocorrendo globalmente e a aprisiona nesta sensação interna. É um fechamento num estado crítico e perturbador que faz alguém acreditar que algo é mais perigoso ou grave do que de fato é”. A pauta é complexa e deve ser debatida. Um surto pode virar suicídio, alerta o psicólogo Júlio Cesar Bittencourt, do Ambulatório de Saúde Mental de Içara (ASMI).

Surto ocorreu após um acidente de trânsito ocorrido no começo da noite desta quarta-feira, 28

No mês que vem acontece em todo o país o Setembro Amarelo com a missão da prevenção ao suicídio. O assunto é levantado pelo Portal Litoral Sul depois do episódio de um policial militar de Criciúma, de 32, que sofreu um surto psicótico após um acidente de trânsito no começo da noite desta quarta-feira, 28, na Avenida Centenário. Foi necessário o uso da força de outros agentes para controlar o PM.

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O psicólogo explica que o surto é um conjunto de sinais e sintomas como ideias delirantes, alucinações, perturbações das percepções no ato da crise. “É uma desorganização do comportamento normal. A pessoa passa a perceber a realidade de maneira irreal e passa a agir de maneira desorganizada”, destaca.

“Considerando que a pessoa não percebe a realidade e nem age como tal, o risco de suicídio aumenta muito”, afirma psicólogo

Sintomas e causas

A causa pode estar associada a problemas de saúde mental: transtornos depressivos graves, transtorno bipolar, esquizofrenia, entre outros. “Considerando que a pessoa não percebe a realidade e nem age como tal, o risco de suicídio aumenta muito”, afirma Bittencourt.

Alterações repentinas de comportamento, alucinações, delírios e reações desproporcionais à realidade são os principais sintomas de um surto psicótico — um episódio de dissociação psíquica no qual a pessoa perde a noção da realidade e se torna incapaz de pensar racionalmente. “O suicídio é ainda tabu para muitas pessoas. Necessário estar atento ao estresse e buscar acompanhando profissional. A prevenção é, caso tenha algum diagnóstico, que a pessoa mantenha seu tratamento regularmente”, conclui o psicólogo.

Maior parte das vítimas são homens com média de idade de 39 anos

Suicídio de policiais cresce 112% em 2018

Um levantamento do Grupo de Estudo e Pesquisa em Suicídio e Prevenção chama atenção para o crescimento nos casos de suicídio entre agentes de segurança no Brasil. Segundo o relatório divulgado nesta terça-feira, 27, em 2018, houve um aumento de 112% nas mortes por suicídio entre esses profissionais em relação a 2017.

Os casos relatados envolvem servidores da Polícia Civil, Polícia Militar, Corpo de Bombeiros Militar, Polícia Federal e Polícia Rodoviária Federal. A maior parte das vítimas são homens que ocupam cargos de baixa patente e com média de idade de 39 anos.

PM de Criciúma conta com um profissional da área de saúde mental

Para atender os policiais militares de Criciúma a corporação do município conta com um psicólogo. O setor está há seis anos em atividade no 9° Batalhão da PM. O profissional tem a missão de fazer o acompanhamento dos policiais que necessitarem de tratamento, e de até, se necessário, realocar o policial para outra atividade menos estressante.

Para atender os policiais militares de Criciúma a corporação do município conta com um psicólogo

Hoje o batalhão conta com cinco policiais militares em atividades administrativas por não terem condições psicológicas de participar de ocorrências. “O grupo polícia é o que mais comete suicídio no mundo e isso se deve ao desgaste e estresse da profissão”, ressalta o comandante da 6a Região da PM, Cosme Manique Barreto.

“Soubemos pela a esposa do policial que ele havia procurado um psiquiatra e que eles estariam com problemas pessoais”, completa o comandante

Sobre o caso do policial que teve um surto ele explica que a corporação soube que ele estava em tratamento depois do ocorrido. “Soubemos pela a esposa do policial que ele havia procurado um psiquiatra e que eles estariam com problemas pessoais”, completa Barreto. O PM foi afastado das atividades por licença médica.

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